PCB na luta pela criação do Monumento Nacional Contra a Tortura, na extinta Usina Cambayba
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Na última terça-feira (18/12),
militantes do PCB, em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro,
participaram do ato público na ocupação do MST- Luís Maranhão - nas
terras que pertenceram a extinta Usina Cambayba.
O complexo de sete fazendas foi ocupado
pelo MST pela segunda vez no dia 2 de novembro de 2012. Hoje,
aproximadamente 200 famílias ocupam as terras da extinta usina,
defendendo sua desapropriação e Reforma Agrária já.
O Partido Comunista Brasileiro apoia a
ocupação Luís Maranhão - nome de um de seus dirigentes assassinados pela
ditadura - e que, segundo depoimento do torturador Cláudio Guerra, no
livro "Memórias de uma Guerra Suja", foi um dos militantes que tiveram
seus corpos incinerados nos fornos da referida usina.
O PCB defende que a extinta Usina
Cambayba deve ser transformada em testemunho do período da ditadura
civil militar, no município de Campos dos Goytacazes.
Os fornos e o complexo industrial devem
ser tombados como patrimônio histórico como MONUMENTO NACIONAL CONTRA A
TORTURA, para que sejam preservados em nome da memória histórica do
período da ditadura civil-militar e dos dez militantes comunistas
possivelmente executados, cujos corpos foram levados para ali serem
incinerados.
O Brasil sancionou tardiamente a lei que
cria a Comissão Nacional da Verdade para apurar violações aos direitos
humanos ocorridas entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura
militar, tendo como objetivo esclarecer fatos ocorridos neste período.
Para isso, aproveitará as informações produzidas há quase 16 anos pela
Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e há dez anos
pela Comissão de Anistia.
No Estado do Rio de Janeiro a
Assembleia Legislativa aprovou em 17/10/12 a Comissão Estadual da
Verdade para acompanhar e subsidiar a Comissão Nacional da Verdade.
Dos lugares apontados como centros de
tortura no Brasil no período militar, 13 eram localizados no Estado do
Rio de Janeiro, como o DOI-CODI (Destacamento de Operações de
Informações do Centro de Operações de Defesa Interna), no Rio, e a Casa
da Morte, em Petrópolis.
Após os depoimentos de Cláudio Guerra em
seu livro, Campos dos Goytacazes passa a figurar como possível palco
das atrocidades da ditadura civil-militar onde, segundo Guerra, foram
incinerados os corpos de dez militantes comunistas pertencentes a
diversas organizações:
1- João Batista Rita (M3G)
2- Joaquim Pires Cerveira (militante da Frente de Libertação Nacional)
3- Ana Rosa Kucinski Silva (militante da Aliança Libertadora Nacional)
4- Wilson Silva (ALN)
5- David Capistrano (dirigente nacional do Partido Comunista Brasileiro)
6- João Massena Melo (dirigente nacional do PCB)
7- Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira (APML)
8- Eduardo Collier Filho (APML)
9- José Roman (dirigente do PCB)
10 - Luís Inácio Maranhão Filho (dirigente do PCB)
Assim, é urgente o tombamento histórico
dos fornos da extinta Usina Cambayba, como MONUMENTO NACIONAL CONTRA A
TORTURA, para evitar seu desmantelamento, com a venda das estruturas que
restam, em nome da preservação da memória, a ser articulada com
documentos fruto de pesquisas e relatórios da Comissões Estadual e
Nacional da Verdade, prestando-se relevante contribuição à História do
Brasil e à luta contra a tortura.
Graciete Santana
PCB - RJ
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