sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

PCB na luta pela criação do Monumento Nacional Contra a Tortura


PCB na luta pela criação do Monumento Nacional Contra a Tortura, na extinta Usina Cambayba

imagemPCB


Na última terça-feira (18/12),  militantes do PCB, em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, participaram do ato público na ocupação do MST- Luís Maranhão - nas terras que pertenceram a extinta Usina Cambayba.
O complexo de sete fazendas foi ocupado pelo MST pela segunda vez no dia 2 de novembro de 2012. Hoje, aproximadamente 200 famílias ocupam as terras da extinta usina, defendendo sua desapropriação  e Reforma Agrária já.
O Partido Comunista Brasileiro apoia a ocupação Luís Maranhão - nome de um de seus dirigentes assassinados pela ditadura - e que, segundo depoimento do torturador Cláudio Guerra, no livro "Memórias de uma Guerra Suja", foi um dos militantes que tiveram seus corpos incinerados nos fornos da referida usina.
O PCB defende que a extinta Usina Cambayba deve ser transformada em testemunho do período da ditadura civil militar, no município de Campos dos Goytacazes.
Os fornos e o complexo industrial devem ser tombados como patrimônio histórico como MONUMENTO NACIONAL CONTRA A TORTURA, para que sejam preservados em nome  da memória  histórica do período da ditadura  civil-militar e dos dez militantes comunistas possivelmente executados, cujos corpos foram levados para ali serem incinerados.
O Brasil sancionou tardiamente a lei que cria a Comissão Nacional da Verdade para apurar violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar, tendo como objetivo  esclarecer fatos ocorridos neste período. Para isso,  aproveitará as informações produzidas há quase 16 anos pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e há dez anos pela Comissão de Anistia.
No  Estado do Rio de Janeiro a Assembleia Legislativa aprovou em 17/10/12 a Comissão Estadual da Verdade para acompanhar e subsidiar a Comissão Nacional da Verdade.
Dos lugares apontados como centros de tortura no Brasil no período militar, 13 eram localizados no Estado do Rio de Janeiro, como o DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna), no Rio, e a Casa da Morte, em Petrópolis.
Após os depoimentos de Cláudio Guerra em seu livro, Campos dos Goytacazes passa a figurar  como possível palco das atrocidades  da ditadura civil-militar onde, segundo Guerra, foram incinerados os corpos de dez militantes comunistas pertencentes a diversas organizações:
1-   João Batista Rita (M3G)
2-   Joaquim Pires Cerveira (militante da Frente de Libertação Nacional)
3- Ana Rosa Kucinski Silva (militante da Aliança Libertadora Nacional)
4- Wilson Silva (ALN)
5- David Capistrano (dirigente nacional do Partido Comunista Brasileiro)
6- João Massena Melo (dirigente nacional do PCB)
7- Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira (APML)
8- Eduardo Collier Filho (APML)
9- José Roman (dirigente do PCB)
10 - Luís Inácio Maranhão Filho (dirigente do PCB)
Assim, é urgente o tombamento histórico dos fornos da extinta Usina Cambayba, como MONUMENTO NACIONAL CONTRA A TORTURA, para evitar seu desmantelamento, com a venda das estruturas que restam, em nome da preservação da memória, a ser articulada com documentos fruto de pesquisas e relatórios da Comissões Estadual e Nacional da Verdade, prestando-se  relevante contribuição à História do Brasil e à luta contra a tortura.
Graciete Santana
PCB - RJ

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