quinta-feira, 14 de abril de 2011

Jair Bolsonaro

Na política brasileira ressaltam-se três correntes: a obtusa extrema-direita, a direita lúcida que já se certificou de que o "leão era mansinho e desdentado" e a terceira corrente, formada pela esquerda direitosa, ou seja, uma direita travestida de esquerda representada pelos partidos PT, PSB, PCdoB, PDT. Quanto à esquerda revolucionária, ela tem uma presença residual e tropeça em suas heranças marcadas por sérios vícios produzidos pelos longos anos de hegemonia stalinista.

É neste cenário político que vem à tona mais uma disparate do deputado militar Jair Bolsonaro, filho legítimo de uma direita obtusa, quando insulta a artista Preta Gil dizendo que um filho seu não casaria com uma negra porque ele não admitia essa promiscuidade que ocorre na família dela. Tal postura mereceu o pronto protesto inclusive da direta lúcida, chegando até a propor a cassação do seu mandato por falta de decoro parlamentar.

Vale salientar que não é somente o Jair Bolsonaro a representar uma extrema-direita intolerante, preconceituosa e repressiva. Em muitos episódios essa extrema-direita carcomida apresenta-se com seus discursos da velha era. Assim foi no caso da nomeação do General José Elito Carvalho para o cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional.

Na sua posse ele manifestou explicitamente o seu desacordo com a proposta de criação da Comissão da Verdade, cujo objetivo é esclarecer os processos e os rumos que levaram centenas de brasileiros a constarem na lista de desaparecidos.

Pela lógica seria razão suficiente para que este ministro fosse demitido de suas funções, vez que o governo de plantão, capitaneado por uma senhora que sofreu as agruras das torturas nas masmorras da repressão, teria força moral para proceder um gesto de justiça praticando essa atitude.

Bolsonaro é parte de um canil de pitbulls disposto a estraçalhar homens, mulheres ou crianças que se atrevam a colocar em risco os interesses maiores do capitalismo, e suas atitudes sempre estarão respaldadas no discurso de respeito à ordem constituída.

Gilvan Rocha é membro do Centro de Atividades e Estudos Políticos.

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